terça-feira, 14 de outubro de 2008

Ação Eduacativa

A chave para abrir a porta do desenvolvimento social e econômico é sem dúvida a educação, e mais especificamente a educação matemática, pois ela é capaz de quantificar dados, e desta forma mostrar numericamente os resultados. E com certeza está presente em todos os aspectos da vida humana. A escola, para contribuir com este desenvolvimento, não precisa introduzir métodos novos ou buscar recursos fora da comunidade: o ponto de partida é a realidade, destacando as raízes socioculturais.
Deve-se levar em conta a experiência e a identidade cultural dos educandos, e o conhecimento feito só de experiências, que é o saber do censo comum, pois o conhecimento científico e a rigorosidade surgiram depois. As pessoas começam pelo que Paulo Freire chama de curiosidade epistemológica. Ao inventar a curiosidade epistemológica, obviamente são inventados métodos rigorosos de aproximação do sujeito ao objeto que ele busca. O ponto de partida da prática educativa, segundo Freire, está entre outras coisas, no senso comum, mas enquanto ponto de partida, e não ponto de chegada (objetivo) ou ponto de “ficada”. É preciso que o educador ultrapasse a ingenuidade e alcance a rigorosidade.
O estudo e o conhecimento da realidade são necessidades imperativas do ponto de vista dos que querem transformá-la. Pensamos que a finalidade de qualquer ação educativa deva ser a produção de novos conhecimentos que aumentem a consciência e a capacidade de iniciativa transformadora dos grupos com quem trabalhamos. Por isso, o estudo da realidade vivida pelo grupo e de sua percepção desta mesma realidade, constituem o ponto de partida e matéria-prima do processo educativo.
Como disse Paulo Freire, educação não é sinônimo de transferência de conhecimento pela simples razão de que não existe saber feito e acabado, suscetível de ser captado e compreendido pelo educador e, em seguida, depositado nos educandos. O saber não é uma simples cópia ou descrição de uma realidade estática. A realidade deve ser decifrada e reinventada a cada momento. Assim a verdadeira educação é um processo dinâmico e permanentemente de conhecimento centrado na descoberta, análise e transformação da realidade pelos que a vivem.
Logicamente, manejar quantidade e números, formas e relações geométricas, medidas, classificações, ou seja, tudo que é domínio da matemática elementar segue rumos diferentes, relacionado ao modelo cultural que o aluno pertence. “Cada grupo cultural tem suas formas de matematizar”. Por esse motivo, a bagagem cultural que o aluno carrega, não deve ser deixada fora da escola.
Agindo dessa forma o educador estará fazendo com que o aluno assuma sua identidade cultural, valorizando seu meio de vida, ou seja, desenvolvendo a atividade humana da matemática. Provavelmente a criança que aprender matemática assim, aprende também a ser cidadão, a conhecer suas potencialidades e seus limites.

Nenhum comentário: