terça-feira, 14 de outubro de 2008

“Pensar o impensável”, também na Educação Matemática

Lendo e analisando texto de Gelsa Knijnik, concordo com ela, no que se refere ao que tomamos conhecimento vemos através dos meios de comunicação -longe de nós- e mesmo nas comunidades onde vivemos e trabalhamos, muitos acontecimentos que nos fazem pensar sobre o que todos nós humanos e civilizados, estamos fazendo com o mundo em que vivemos – uns matando os outros, tentando impor sua forma de pensar, tentando fugir da dominação de alguém mais poderoso!
Racionalmente as pessoas utilizam todo o desenvolvimento tecnológico para criar barreiras entre quem tem acesso ao desenvolvimento de pesquisas e quem não tem. A tecnologia que deveria ser utilizada para o beneficio de todos, cria mundos diferentes para pessoas de culturas diferentes, da considerada oficial: européia, branca e machista. Com a educação matemática não é diferente!
Gelsa Knijnik sintetizou todas as idéias contidas em seu texto através de uma pergunta: Como fazer de nossas salas de aula oportunidades para favorecer o consistente e amplo acesso ao conhecimento matemático oficial e, articulado a isso, realizar uma crítica a tal conhecimento e incorporar os modos não hegemônicos – de ontem e de hoje – de lidar matematicamente com o mundo? E dentro de suas incertezas esboça uma tênue resposta a ela. Concordo com sua resposta, mas também gostaria de dar minha contribuição “provisória”:Deve-se levar em conta a experiência e a identidade cultural dos educandos, e o conhecimento feito só de experiências, que é o saber do senso comum, pois o conhecimento científico e a rigorosidade surgiram depois. As pessoas começam pelo que Paulo Freire chama de curiosidade epistemológica.
Ao inventar a curiosidade epistemológica, obviamente são inventados métodos rigorosos de aproximação do sujeito ao objeto de busca. O ponto de partida segundo Paulo Freire está entre outras coisas, no senso comum, mas enquanto ponto de partida e não ponto de chegada (objetivo) ou de “ficada”. É preciso que o educador se assuma ingenuamente para ultrapassar a ingenuidade e alcançar maior rigorosidade.
Pensamos que a finalidade de qualquer ação educativa deva ser a produção de novos conhecimentos, que aumentem a consciência e a capacidade de iniciativa transformadora dos grupos com quem trabalhamos. Por isso, os estudos da realidade vivida pelo grupo e de sua percepção desta mesma realidade constituem o ponto de partida e a matéria prima do processo educativo.O saber não é uma cópia ou descrição de uma realidade estática. A realidade deve ser decifrada e reinventada a cada momento, sendo assim, a educação um processo dinâmico e permanente de conhecimento centrado na descoberta, analise e transformação da realidade pelos que a vivem.
Cada grupo cultural tem suas formas de “matematizar”, por esse motivo, a bagagem cultural que cada aluno carrega não deve ser deixada de lado, quando o aluno na escola ingressa. Agindo desta forma, o professor estará contribuindo para que o aluno assuma sua identidade cultural, evoluindo e valorizando seu meio de vida.

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